quarta-feira, 30 de setembro de 2015

O Bolinhas

Eu sou daquelas pessoas que nutrem uma grande estima pelo seu automóvel. Inclusivamente, o meu automóvel tem nome (um nome herdado a partir do carrinho da Manhê e que parece ter uma tendência natural para o Baptismo de veículos de quatro rodas). Há poucas coisas que me incomodem tanto como ter o carro sujo. Mas não é fácil mantê-lo sempre impecável. Parece que há por aí uns pássaros que têm um sensor, vamos lá... no cu, que é mesmo assim, para carros a brilhar. Sou eu a acabar de limpar e suas excelências a assentar praça, num acto de sadismo exponencial... eu endireitava-lhes a mira.

Pior é quando o dejecto se encontra no trajecto das escovas pára-brisas. É todo um arco -(merd)íris que se forma no vidro e que não sai nem por nada. E eu bem activava aquele jactinho de água mas nada demovia a pintura. Teimosia de merda, no verdadeiro sentido da expressão.

Enfim. Grandes dramas da humanidade.



Inté*

Primeiras chuvas

Ontem a meio da tarde, umas grandes e escuras nuvens coroaram a montanha. Tão imensas e anafadas, prometiam uma valente chuvada que não veio a acontecer. Foram caindo umas gotinhas. Algumas delas mais destemidas que outras, aventuraram-se em quedas livres mais arriscadas, para depois se extinguirem numa terra gulosa de frescura. Mas, apesar de algumas bátegas mais bruscas, ficámo-nos apenas por um chão que mudou ligeiramente de cor - pinceladas em tons húmidos de castanhos e cinzentos - e uma brisa fresca e perfumada. E tão bom que é esse perfume de terra molhada!

O Sol sempre mereceu da minha parte um carinho mais marcado, mas confesso já ter saudades da chuva e de como ela deixa tudo coberto de pequeninos diamantes, sossegadamente pousados sobre a paisagem. 

Será que é desta que vem o Outono? As chuvas abrem caminho, com promessas de dias mais pequeninos, de tons dourados nas árvores e nos passeios; promessas de castanhas assadas e dióspiros; promessas de mantinhas no sofá... e depois instala-se a estação propriamente dita para cumprir todas as suas boas intenções.

Se não for pedir demais, que venham as trovoadas também; aquelas cortinas de ferro que caem pesadamente sobre a noite. Contrariamente ao esperado, trazem-me boas recordações essas tempestades carregadas de trovões e relâmpagos - as pessoas vão deixando impressas pequenas partes de si em ínfimas coisas...



Inté*

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Quem sai aos seus...

Não sou uma verdadeira adepta da política. Acho que hoje em dia, os políticos (se é que merecem ser assim chamados...) perderam o respeito por quem governam e pelos colegas de profissão (se é que podemos usar este termo, também). Reparem nos discursos e debates com que temos sido brindados! A linguagem e os trocadilhos baratos são piores do que aqueles que eu empregava no meu tempo de infantário. E se eu era terrível em troca de galhardetes!

"Toma, toma!" "Só se forem os teus amigos!" "La, la, la, la!"

E além disso, os senhores políticos mentem que se fartam. Nem no infantário eu mentia tanto, porque a Manhê ensinou-me que mentir era feio. 
Injustamente ou não, tudo se me afigura uma grande encenação em que, findas as luzes dos holofotes, cada personagem volta à sua toca, arrecadando para o próprio bolso aquilo que pode (e que, regra geral, é bastante).

Até certo ponto, estranho todo este teatro em que se tornou a nossa política, a falta de brio e de amor à causa. Mas depois, olho para a pessoa que tenho ao meu lado num qualquer banco de jardim ou sala de espera; pouso mais demoradamente os meus olhos nas suas atitudes e postura, e vejo como há pessoas que têm o Governo que merecem; vejo como o Governo que temos é um reflexo daquilo em que nos tornámos.


Inté*

domingo, 27 de setembro de 2015

Alarmes

Eu queria um daqueles dispositivos que desse sinal sempre que eu fizesse asneira, ou que mostrasse uma luzinha verde sempre que eu tomasse a decisão certa. Não para ser usado nas actividades do dia-a-dia; para essas já temos o julgamento de toda a gente (que vale o que vale)...

Eu queria um alerta para aquelas decisões que tomamos, cá dentro nós, muitas vezes sem sabermos porquê, muitas vezes assumidas só porque alguma decisão tinha de ser tomada... sabem quando temos de tomar alguma atitude e não sabemos qual? Quando cada pessoa nos dá uma opinião diferente e ficamos exactamente na mesma? Pronto, seria para esses casos.

Era bom que, de vez em quando, quando nos víssemos obrigados a adoptar certas atitudes, tivéssemos esta mensagem de "vai dar merda..." ou "boa! É isso mesmo!". Ai pah... era cá um alívio não viver com certas dúvidas!



Inté*

Perdeu-se uma grande (cof cof) cantora

É verdade. Eu faço experiências vocais enquanto estou a conduzir (que é como quem diz, canto a plenos pulmões). E acompanho a cantoria com expressões faciais, também.

Mas só com o carro em andamento! Quando paro nos semáforos, diminuo um bocadinho o volume.



Inté*

sábado, 26 de setembro de 2015

Na Enfermaria há Passarinhos

Medicina Interna é, como eu costumo dizer, a especialidade dos médicos a sério. São, muito provavelmente, os médicos que mais sabem e aqueles que têm sempre presente a visão holística do doente. São eles os que melhor fazem o diagnóstico diferencial das diversas patologias e por isso, são também os mais astutos no estudo dos pacientes. Chegado alguém às mãos do médico de Medicina Interna, não há hipótese diagnóstica que ele não coloque!

Contudo, Medicina Interna é também uma das especialidades menos reconhecidas, a par com Medicina Geral e Familiar (os conhecidos "Médicos de Família"). Geralmente, a enfermaria de Medicina Interna recebe muitos dos casos que as outras especialidades não conseguem acompanhar, casos em que muito pouco há a fazer. Não admira por isso, que a média de idades no serviço deva rondar os 70 aninhos de idade.

Muitos dos doentes que vejo na enfermaria de Medicina são, efectivamente, passarinhos caídos de anos passados, pequeninos sopros de vida, últimas gotas de uma existência que quase já não é. Alguns só me seguem com os olhos, sem dizerem uma palavra; não sei se resignados com o que o final da vida não lhes traz, se habitantes de uma realidade paralela à minha. Ainda assim, à medida que os examino, vou falando com eles - palavras que provavelmente caem num poço, algures numa consciência que cada vez o é menos. 

No final da visita, ainda sem resposta aos meus bons dias e às minhas perguntas, ali ficam, cobertos por um lençol que, pela brancura, se assemelha a duas grandes asas onde ficam recolhidos até uma próxima vez.



Inté*

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Checklist

Sobreviver ao primeiro dia em casa sem a Manhê.

Check!



Inté*

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Curta palavragem

Saudades de coisas que nunca tivemos. É uma sensação muito estranha...


Inté*

Escolher a Especialidade

Ora, para quem não está muito a par do assunto, um estudante de Medicina, após acabar o curso, faz um exame (o famoso Harrison de que eu já falei aqui) cuja nota conta para a escolha da especialidade. Após o exame, que é em Novembro, os novos médicos têm um pequenino período de férias, sendo que em Janeiro iniciam o chamado "Ano Comum". No fundo, o Ano Comum é um ano de preparação para a entrada na especialidade, em que o novo médico tem oportunidade de passar por várias áreas.

Quase no final do ano comum (geralmente no mês de Dezembro - a data concreta só Deus sabe!), temos de escolher a especialidade. Somos organizados por ordem decrescente de nota do exame e, obviamente, quem tem melhor nota escolhe primeiro.

Agora que a data está cada vez mais próxima, mais as nossas conversas giram em volta deste assunto: "E o que é que eu vou escolher?", "E se já não houver vaga naquilo que eu quero não sei o que fazer!"... e por aí fora. Há quem entre em pânico, há quem não entre e é assim a nossa vida. É difícil escolhermos uma especialidade que à partida será o que faremos para o resto da nossa vida; todos os dias; nos dias bons e nos dias menos bons...

Um aspecto muito importante é, sem dúvida, o nosso orientador. Há quem tenha muita sorte e tenha um orientador espectacular que se interessa por ajudar, que estimula a autonomia, que sabe muito e ensina!. E também há quem não tenha tanta sorte. Mas vamos pensar positivo!

Uma amiga minha diz que quer um orientador competente. Bonito não, porque corre o risco de se distrair enquanto o moço fala e depois não aprende nada. Então acho que é isso - entrar de preferência na primeira opção e ter um orientador competente... e aparentemente horrível. Pronto vá, feio.



Inté*

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

O Dilema do Carro da Polícia

Hoje saía eu do estacionamento do Lidl, quando passou por mim um jipe da polícia. Dei-lhe prioridade, como era minha obrigação mas, tratando-se do estatuto da viatura, dei-lhe mesmo muita prioridade. Lá fui eu então atrás da polícia, o que é sempre melhor do que o contrário.

Ora acontece que Senhor Polícia não "desengomava", e íamos ali os dois, quase numa procissão, a 30km/hora, numa recta linda onde o limite, apesar daquilo parecer uma autoestrada, é de 50km/hora. Tinha portanto, alguma margem de manobra e senti-me tentada a ultrapassar o senhor agente. Mas caramba, era o carro da polícia e eu fiquei naquela de "passo ou não passo? Eu até passava... mas é um carro da polícia! Mas ultrapassar não é infracção nenhuma... vou ultrapassar!"

E sabem que mais? Não ultrapassei. Só me safei do raio do jipe numa rotunda, um pouco mais à frente...

Mariquinhas.



Inté*

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Uma boa questão

Há quem chegue ao cúmulo de dizer em público que sente repulsa de pessoas gordas.
Eu pergunto-me se, com pessoas a sentirem nojo umas das outras por este tipo de coisas sem importância nenhuma, alguma vez conseguiremos educar as novas gerações para a tolerância interindividual...

Se temos nojo de gordos (ou de magros, tanto faz), como é que haveremos nós de conviver pacificamente com deficientes, pretos, amarelos, baixos, surdos...? É triste ainda termos este tipo de preconceitos. Contudo, ficamos muito chocados com a criminalidade, com a violência que vemos nas ruas e nas notícias. Mas, se pensarmos bem, a base de tudo isto é exactamente a mesma - é esta falta de amor e de empatia pelo outro.



Inté*

domingo, 20 de setembro de 2015

Estou tramada

Na próxima semana, a Manhê e o Beau-père vão à Suíça. Isso significa que, durante cerca de duas semanas, eu e a mana vamos ficar com a casa por nossa conta. Até poderíamos aproveitar estes dias para umas brutas festanças, uma ramboiada total, mas o espírito teenager já se extinguiu há algum tempo, com a mana a estudar para o exame do Harrison e eu a trabalhar.

Na verdade, a ida da Manhê deixa-me um tanto ou quanto melancólica, antevendo já todas as saudades e a falta que esta senhora me fará. Todos estes sentimentos antecipados tornam-me bastante vulnerável aos pedidos feitos pela Manhê - não sou capaz de dizer que não a nada. Manhê sugere que devemos fazer um bolinho, a Estudante faz; Manhê diz que quando chegar a casa tem de passar a roupa a ferro, Estudante passa; e por aí fora.

Aaaaiiiiiiiiiiii... que coração tão fraquinho.



Inté*

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Perfeito




Vamos fazer história. E vamos fazer com que a história dos refugiados seja uma história feliz.


Inté*

Coisas bonitas!


Polícia dinamarquês a brincar com uma menina refugiada.


Inté*

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Limites, cadê?

Há poucos dias, alguém falou sobre "limites". Limites são, na grande maioria das vezes, barreiras abstractas que nós criamos nas nossas mentes. Concretamente, não existe nada que limite os nossos sonhos e desejos. Nada palpável nos impede de conseguirmos aquilo que nos propusemos e, quanto mais cedo nos apercebermos disso, mais cedo atingiremos os nossos objectivos. 

Não deixemos que as nossas amarras sejam aquilo que nos demove da luta e da caminhada. Um sonho e uma barreira não são compatíveis; quem idealiza um sonho não idealiza um limite!

Até prova em contrário, tudo é possível.



Inté*

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Um daqueles dias

Hoje é um daqueles dias em que não há nada de jeito para dizer.

Sabem aquelas pessoas que conseguem falar horas a fio, às vezes sendo protagonistas de um autêntico monólogo, mesmo quando não há muito a dizer? Eu acho formidável. Conversa de circunstância nunca foi muito o meu forte. Lá digo uma coisa ou duas, mas se a conversa não fluir com alguma agilidade, todo o meu vocabulário se extingue.

A última vez que fiz urgência, reparei como uma senhora metia conversa com toda a gente. Tinha sempre alguma coisa a dizer a todos os seus "colegas" de maleita (bastante inconveniente, algumas vezes). Em pouco tempo, captou de todos os presentes o que motivara a sua ida ao serviço de urgência (SU) e procurava manter-se a par da sua evolução...

Foi também essa senhora que, nesse mesmo dia, acompanhou o marido ao SU. Enquanto lhe perguntávamos o que os trazia ali, disse muito rapidamente com um sorriso: "ele vai ter que ficar internado dois ou três dias".

Ok. Isso é uma pergunta ou um pedido?



Inté*

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Vou alistar-me!

Pedi um novo plano de treino no ginásio.
Mas acho que o instrutor percebeu que eu me queria alistar no exército...





Inté*

Segunda-feira

Segunda-feira - o dia em que quase toda a gente começa/reinicia alguma coisa. Alguns começam a dieta, com remorsos dos pecados do fim-de-semana, a maioria regressa ao trabalho, outros começam as aulas. Na próxima segunda-feira começa o Outono (que por aqui já deu uns ares da sua graça, escondendo o Sol e brindando-nos com uma chuvinha... mania que é precoce!).

E todas as segundas-feiras tudo parece começar de novo, numa espécie de repetição em menor escala do início do ano (que, qualquer dia já está aí...).

Uma boa semana para vocês!



Inté*

sábado, 12 de setembro de 2015

Uma arte muito minha III



Ou da minha Avó, neste caso.


Inté*

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Como ser antissocial

Não gostem de café. Ou então, façam como eu e não tenham o hábito da bica a meio da manhã e depois do almoço. Quase todos os dias, a meio da manhã, a malta vai toda beber o seu cafezinho. E perguntam: "Queres café?". E Estudante dá a mesma resposta de sempre: "Eu não bebo café, mas faço-te companhia." E à hora de almoço o mesmo cenário. Não consigo deixar de me sentir um bocado mal por estar sempre a recusar o "café", mas caramba... que culpa tenho eu de os meus únicos vícios serem pastilhas e amendoins?


Inté*

A Analogia do Jardim

Era uma vez um homem que tinha um jardim. O seu jardim era grande e ele dedicava-lhe muito do seu tempo. Ainda assim, o seu jardim necessitava um cuidado constante porque, sempre que saía, o homem notava uma erva daninha aqui, uma pedrinha fora do sítio ali e por aí fora.

O seu vizinho da frente também tinha um jardim. Mas um dia, esse vizinho adoeceu e o homem reparou como as flores, antes tão coloridas e perfumadas, perdiam a força por falta de água e carinho - uma tristeza de jardim quando comparado com o seu.

Certa manhã, o vizinho ainda doente, pediu ao homem se poderia cuidar do seu jardim. Mas o homem, sabendo que também tinha que olhar pelo seu jardim, não lhe deu uma resposta imediata. Os amigos aconselhavam-no a não se meter em trabalhos, embora tivessem muita pena do jardim do vizinho. Que o jardim do homem já lhe dava imenso trabalho, que sempre havia qualquer coisa para limpar, que quando desse conta já teria o seu jardim cheio de ervas daninhas... mas era uma pena, de facto, ver todas aquelas flores a morrer, coitadinhas.

Ainda assim, o homem pensou que se fizesse um pequeno esforço, conseguiria tratar os dois jardins e assim foi. Entretanto, um outro vizinho seu, vendo o empenho do homem, acabou por ajudá-lo também. Quando passado algum tempo o vizinho doente recuperou, dois bonitos jardins perfumavam aquela rua; bonitas flores de ambos os lados tinham recuperado a vivacidade e davam vida ao lugar.

O homem percebeu então que valera a pena o esforço e os seus amigos apreciavam agora a beleza de ambos os jardins.


FIM

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Estudante, a cusquinha

Durante a espera na fila dos supermercados, tenho o hábito, bom ou mau vocês julgarão, de dar uma espreitadela (discreta!) nas compras do pessoal ao meu redor.
Gosto de imaginar que tipo de refeições fazem e os hábitos que têm com base nos produtos que compram. E geralmente, sou bastante mazinha nos comentários que discorro mentalmente...

Quase sempre vejo o pessoal carregado de bolachas, comida pré-cozinhada, enchidos... e Às vezes fico triste quando vejo que geralmente, quem compra estas coisas vai com meninos pequeninos que certamente, serão os principais consumidores das guloseimas. 
E, não me levem a mal, mas faz-me tanta confusão ver pessoas obesas a comprar este tipo de produtos! Acho tão imprudente...

Aqui há algum tempo, prometi a mim mesma que se um dia tiver um pirralhinho, fazemos uma sobremesa ao Domingo. Deixo-o meter a mão na massa, lambuzar-se todo! Mas doces, de preferência, só os de casa, feitos com parcimónia ao Domingo de manhã - assim uma espécie de ritual semanal. 

Fazemos bolachinhas aos Domingos, fica combinado?



Inté*

Uma arte muito minha II



Inté*

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Band of Brothers

Não sei se conhecem esta mini-série (que de mini só tem mesmo o nome...). É a melhor série que eu já vi - por duas vezes, aliás. Se tiverem oportunidade, vale mesmo muito a pena. E existe também o livro, que eu espero conseguir ler agora durante as férias.
Desculpem o minha descrição tão reduzida, mas quando as coisas são muito boas é difícil fazer-lhes justiça.






Não têm de quê.


Inté*

O dia em que a minha garrafa tentou o suicídio quatro vezes

Ontem foi um dia difícil para a minha garrafa de água. A minha garrafa de água não é uma garrafa qualquer; é uma garrafa vermelha da Tupperware, daí a minha estranheza perante estes surtos de desespero. Se se tratasse de uma garrafa banal, que se usa e deita fora, tudo bem, eu até compreenderia o seu desapontamento para com a vida... mas a minha garrafinha é estimada e anda quase sempre comigo.

Caiu-me da mesa logo pela manhã, perigosamente perto do meu portátil, que olhava estarrecido para tal dramatismo, encolhendo o teclado todo para não ser borrifado. A sorte é que, embora sem tampa, a pobre estava praticamente vazia e, portanto, o desastre foi pequeno. Tampei-a, só por precaução.

Repetiu a façanha mais umas três vezes, de todas elas já de capacete, pelo que não se esvaiu em água. Mas o portátil sempre ao lado, já cansado de tantas encenações, foi-se abaixo e vi-me obrigada a recarregá-lo.

É. Não está fácil para ninguém.



Inté*

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Missão Impossível!

Quando me mudar no final de Dezembro, o Simbinha (que para quem não sabe, é o meu gato) também vai comigo. Não sei bem como vou fazer a viagem de carro com ele, porque o bichano fica desvairado quando o meto na transportadora e contorce-se todo na tentativa de sair... vai ter de fumar uma antes.

Bom, a verdade é que apesar de ser um bom gato, o Simba habituou-se a ração de primeira, que é bastante cara, e nem por nada quer voltar a comer a ração de marca branca (culpa da Manhê!). Ora, eu comprometi-me a "desabituar" sua excelência de ração que custa mais do que os meus cereais... Lá porque tem nome de rei, o baptismo não incluía nenhuma cláusula acerca de comida de ouro. A verdade é que não está a ser fácil e sempre que experimento encher-lhe o pratinho com a ração baratinha, o raio do bichinho só falta dizer-me: "Come-a tu, olha que porra!".

E pronto. Estou a prever que o Simba levará a sua avante.
Eu e um gato numa cidade nova... só clichés.



Inté*

Agradecia!


Não ando a dormir nada de jeito...



Inté*

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Ainda o mesmo tema...

Epá, vão desculpar-me a insistência no assunto, mas foi um pensamento que me ocorreu no outro dia enquanto lia alguns comentários às notícias da chegada dos refugiados.

Esta história que alguns grupos nos querem vender de que os refugiados são terroristas e de que nos querem matar a todos é extremamente parecida com aquela que há 70 anos atrás ocorreu com os Judeus... uma das propagandas nazis foi, exactamente, tentar convencer o Mundo de que os Judeus faziam parte de uma raça inferior, que roubava a riqueza ariana e que comia meninos ao pequeno-almoço.

Reparem como se tem recorrido ao medo para instigar as pessoas a evitarem o acolhimento destes indivíduos. Infligir-nos medo é uma estratégia muito poderosa! Pensemos quantas vezes as pessoas abandonam os seus princípios por medo? Quantas vezes deixamos que nos desrespeitem a nós ou aos outros por medo de perdermos o emprego, por medo de represálias? Quantas vezes já deixámos de fazer boas acções por medo? Quantas vezes na história se permitiram as maiores atrocidades por medo?

O medo é uma arma muito poderosa.


Vão existir sempre inúmeras razões para não ajudar/acolher refugiados e vão existir também inúmeras razões para ajudar/acolher refugiados. Cada um irá escolher quais os motivos que prefere defender e qual o Mundo em que prefere viver. O medo, infelizmente, sempre permitiu que muitas situações desumanas fossem passivamente toleradas; hoje em dia não é muito diferente. Serão sempre duas forças opostas em acção: os que acreditam conseguir tornar o Mundo melhor, apesar de todos os riscos, e os que preferem jogar pelo seguro... e por si.




Inté*


Prognósticos

Caros doentes, apesar da minha incipiente prática clínica, há sinais e comportamentos que por vezes detecto nas vossas pessoas que me alertam para o facto de algo grave poder estar a acontecer convosco.

Dizerem-me que sou "uma menina muito linda" ou que tenho "uns olhos muito bonitos", meus amigos, ui ui... vocês dizem isso e a primeira coisa que assola esta cabecinha é um:

"Epáaaaa, estás bonito(a), estás... não há dúvida de que precisas ficar internado(a)".


Inté*

domingo, 6 de setembro de 2015

Piratinha

O Pirata é ser o ser vivo que mais alegria demonstra quando me vê. Já disse isto à Manhê e ela riu-se, mas é verdade. Obviamente, não estou à espera que os meus amigos abanem o rabo cada vez que me vêem... Mas este carinho que os bichinhos sentem por nós e a felicidade que demonstram por encontrar o dono no final do dia, como se fosse a primeira vez, não pode ser de um bichinho sem alma.

Uma vez na Catequese (sim, bem sei que às vezes não parece que andei na Catequese, mas andei...), disseram-me que os animais não tinham alma e portanto não iam para o Céu. Pareceu-me aquilo tão absurdo! Um Céu sem animais não é Céu nenhum... e por que haveria Deus de excluir do seu jardim uma das suas obras mais bonitas? Que disparate tão grande...








Inté*

Os miúdos sabem-na toda

A propósito deste post:



Só em jeito de conclusão :)



Inté*

sábado, 5 de setembro de 2015

Pois é...

Nem sempre podemos exercer controlo sobre todas as coisas.

O meu cabelo existe precisamente para me lembrar disso...


Inté*

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Vácances...

Férias!!! Hoje fico de férias! Depois de quase seis meses de jejum, eis que elas se me apresentam lindas e reluzentes, qual oásis no meio do deserto. Bem sei que a maioria das pessoas já teve o seu período de descanso e que muitas delas, que se vêem agora de volta ao trabalho, sentem neste momento, uma vontade imensa de me aniquilar.

Mas também vos quero confessar uma coisa: trabalhar durante Julho e Agosto e assistir impotente à debandada dos veraneantes e depois à sua chegada, com um novo tom de pele, com aquele ar de quem viveu os últimos 15 dias à beira mar a apanhar banhinhos de sol, é coisa para fazer vir à tona tendências homicidas. Por isso, vou ali ser melhor pessoa.


Inté*