quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Cookies e mais cookies

Já estou farta daquele aviso que aparece em diversos sites acerca dos cookies. Coisinha chata!
Ainda se fosse um aviso sobre a possibilidade de a visita a determinado site poder culminar num arremesso de cookies, daqueles que se comem, a partir do ecrã... isso é que era de valor.



Inté*

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Para quem não pode fazer nada II

Lembram-se deste post?
Pois bem, a sugestão que vos trago hoje é uma outra oportunidade de sermos úteis de forma gratuita e sem necessidade de despendermos muito tempo!

Ora vejam:

"Sabia que pode doar 0,5% do seu IRS a uma entidade particular de solidariedade social, religiosa ou de utilidade pública?

Esta acção não tem custos para o contribuinte pois os 0,5% são retirados do imposto total que o Estado liquida, e não do que será devolvido ao contribuinte, caso tenha direito à restituição do imposto cobrado.

Para tal, basta preencher o quadro 9 do anexo H com o nome da instituição e o NIPC (Número de Identificação de Pessoa Colectiva).

Para saber quais as entidades a quem pode fazer a sua doação este ano consulte a Lista homologada das instituições."

Informação retirada daqui.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Estudante, estudantinha...

Nunca fui muito ambiciosa. Sempre fiz as coisas o melhor que pude porque acho que é assim que tem de ser. Quis ser médica desde os 12 anos, altura em que nasceu a minha prima. Achei que tinha de ser Pediatra (como a vida muda!). Nunca quis ser chefe, nunca quis destacar-me. Ainda hoje, não faço nenhuma questão que isso aconteça. Eu quero é um rio, um livro e uma lareira. Não tenho nenhum desejo especial de vir a ser uma especialista de renome - mas quero ser uma boa médica. Nem sempre as duas coisas significam o mesmo. Quando escolhi a especialidade, a maioria das pessoas pensou que a Estudante ia para Lisboa. Porque tirar a especialidade na capital não é a mesma coisa. Ter de acordar 2 horas antes da hora de entrada, queimar metade do ordenado na renda parece ser mais prestigiante. Mas a Estudante não foi para Lisboa.
Acredito que o conceito de vida nas cidades "grandes" esteja sobrevalorizado. Se me garantirem uma boa formação noutro lado qualquer, não me apanham em filas de trânsito.

Vim viver para o verde e agradeço muito por isso.



Inté*

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Eu logo vi...




É por isso que me mantenho saudável. Bahh... tretas.


Quando o teu peito fica junto do meu e eu sinto o palpitar do teu coração, é como dedos que tamborilam nas teclas de um piano. E então, devagarinho, há uma melodia que se eleva, tão clara, tão cristalina - até parece que a partitura se gravou em mim antes de eu ser e esperou por ti até agora. O amor é uma música. Foi a música que não se ouve, aquilo que primeiro vi em ti.


Inté*

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Ai as Urgências

Nesta altura do ano, as urgências são caóticas. Há muitas infecções respiratórias, hipotermias e afins. Os internamentos estão cheios, não há onde internar os doentes e as macas acumulam-se nos corredores. Às vezes, falta a paciência de quem trabalha mas, sobretudo, falta a paciência de quem está a ser atendido. De vez em quando, lá aparece o personagem agoirento que gosta de lançar uns bitaites em voz alta, só para deitar umas achas na fogueira (que já está pouco quente...). "Isto é uma pouca vergonha!", "Onde é que já se viu?", bla bla bla... e de repente, uma onda de indignação percorre os restantes doentes, que passam a não querer pôr a sonda, que subitamente querem ir embora. "Eu vou-me embora!". Penso que dizem isto em tom de ameaça e que o alvo é o médico. Mas o "eu vou-me embora" não tem exactamente esse efeito em nós, acreditem.

Outro fenómeno muito curioso é o doente que chega muito aflito. Ou porque tem dores, ou porque tem falta de ar... e, quando se sente melhor, acha que pode ir andando. Nem precisa do resultado das análises, nem do raio-x, nem de tratamento dirigido à causa, nem de coisa que o valha. Como se tivesse ido ao supermercado comprar "sais de frutos". Não interessa encontrar o que provocou as dores e a falta de ar. O que interessa é que já passou e, se por acaso, ficar sem ar outra vez, volta amanhã.
Voltam quando se sentem mal. Porque também há quem seja aconselhado a voltar dali a uma semana para ser reavaliado, para saber o resultado de umas serologias e para ser orientado, e não volte. Sabem o que isto é? Dinheiro de todos nós que foi para o lixo. Para não falar de irresponsabilidade e falta de respeito.

As urgências são também um consultório sentimental. E não digo isto em tom de gracejo. Não é raro que, lá pelo meio da história da dor de costas, haja uma mãe que faleceu há três meses. Ou então, umas "picadas" no peito de uma senhora viúva que se sente sozinha. Metade das vindas às urgências são, eu apostava nesta!, por falta de amor. E metade dos internamentos prolongados são, também apostava nesta!, por falta de amor. Não imaginam como somos pressionados a internar os velhinhos que, em consequência da doença, da idade avançada, ficam acordados de noite e não deixam ninguém dormir; ou precisam constantemente de atenção porque podem cair, porque não comem nem bebem pela mão deles... é incrível a facilidade com que estes doentes são propostos, pelos cuidadores, para ficarem no hospital.

Ao mesmo tempo, não os censuro. Deve ser imensamente cansativo não dormir uma noite inteira durante meses, às vezes, anos!, ou não poder sair de casa porque há alguém totalmente dependente de nós. O nosso sistema tem muitas falhas. E não me refiro só ao sistema de saúde, refiro-me também à componente social, que é cada vez mais decadente.

O dia de urgência é aquele dia em que, por vezes, dou por mim a pensar como deve ser bom ser pedreiro.



Inté*

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

O Aquário

Estou sentada na sala de espera a aguardar pacientemente o autocarro que me vai levar para casa ao fim de quase mês e meio. As paredes são de vidro e nós parecemos uns peixes dentro de um aquário. Eu sou a única que estou a ler um livro. A maioria do pessoal mais novo está curvado sobre um iphone - coisa que eu não tenho (já era considerada antiquada e agora, desde que me mudei, não tenho televisão. Já não sei como me classificar). Se pensarmos bem, o Mundo cabe naquele pequeno objecto. A minha questão é se não será preferível olhar directamente para o Mundo em vez de o tentar ver através de um ecrã...
Uma mulher sentada ao meu lado, suspira longamente. E tosse que se farta. E volta a suspirar. Há dois rapazes mais novos sentados no outro lado a comer aqueles croissants embalados com chocolate. "Credo..." - lembro-me de pensar. Mas não tive uma atitude tão religiosa com as bolachinhas que a Avó tinha numa lata na cozinha... É por isso que me deixo ficar bem caladinha.

O livro que me faz companhia chama-se "As Serviçais" de Kathryn Stockett e conta a história de várias empregadas negras nos E.U.A. nos anos sessenta. Inacreditável o racismo que era abertamente apregoado na altura. Como foi possível a defesa de tais ideias? Pergunto-me se hoje em dia também seremos defensores ou, pelo menos, compactuemos com coisas que daqui a uns anos nos irão parecer completamente descabidas e absurdas...



Inté*

Dona de Casa

Quando me mudei, aquilo que estranhei mais, foi ter de fechar a porta à chave. E fechar as janelas. Em nossa casa, a porta está sempre aberta. Eu nem sequer tinha a chave de casa (e tive de entrar uma ou duas vezes pela janela, é verdade...). Mas, raras vezes, a porta lá de casa fica verdadeiramente fechada.

Cozinhar, tratar da roupa, não tem sido um grande problema. O meu quase transtorno obsessivo-compulsivo tem-me ajudado bastante nesse aspecto. Aos Domingos, estabeleço num calendário as refeições da semana seguinte. Assim, sei sempre quando preciso tirar alguma coisa para descongelar ou se é necessário comprar ingredientes. Preparar com antecedência é o truque!

O dia de ir às compras é o Sábado, de manhã. Durante a semana não há mais compras para ninguém, a não ser produtos frescos (fruta, legumes...). Não faço stocks. Compro aquilo que preciso e, quando falta, compro mais. Só para uma pessoa, não é preciso armazenar. Desconfio que se comprasse agora dois packs de embalagens de leite, me iam durar até ao Natal...

E é isto. Agora sou dona de casa.



Inté*

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Amendoins

Por falar em choques anafilácticos, os amendoins (e outros frutos secos) são muito propensos ao desencadeamento de reacções alérgicas. E eu adoro amendoins. Todas as semanas há um pacotinho de 500g que vai à vida (amendoins torrados! Os fritos são uma bomba...). E cada vez que como amendoins, lembro-me deste pequeno pormenor. E lembro-me também que a qualquer momento podemos desenvolver alergia a um alimento. E como na mesma. O melhor é aproveitar enquanto não sou alérgica a nada.


Além disso, se desenvolver uma reacção anafiláctica, posso sempre ir dar uma entrevista à tv... ou é preciso ter filhas com nomes zulus? Vamos já tratar disso.



Inté*

Quando pensamos que isto já não tem por onde piorar, eis que...

Neste preciso momento, temos Luciana Abreu em directo na tv a relatar a sua experiência pessoal durante uma reacção anafiláctica.

A nossa televisão no seu melhor! Clap clap clap



Inté*

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

1º mês

Faz hoje um mês que cheguei à minha nova cidade e parece que já estou aqui há muito mais tempo!...

Ainda estou viva e bem nutrida (aspecto particularmente importante para Manhê e Avó). Ainda tenho saudades de casa e das minhas pessoas. Quando chego a casa depois de 17 horas no hospital (dias de urgência...), ainda me apetece um abraço e um boa noite

Vai-se ocupando a cabeça e o coração, porque as saudades só se vencem assim. Até o mais ínfimo pormenor é usado para colmatar o que vai fazendo falta. Mas, sem sombra de dúvida, esta cidade tem-me oferecido coisas muito bonitas e eu sei que um dia destes, quando as saudades de casa começarem a ser mais pequeninas, eu vou conseguir ver melhor tudo o que há de bom por aqui. 

Ver o mar quando saio de casa, correr à beira-mar, cheirar o pãozinho quente em quase todas as ruas são algumas das coisas com que procuro minimizar este sentimento de não ter aqui as minhas pessoas mais queridas. Dar migalhinhas às gaivotas que pousam no parapeito da sala de reuniões ou ficar a ver os pequenitos a brincar no jardim também são estratégias para enganar a saudade... mas ela é uma espertalhona.

Continuo a fazer bolachas ao fim-de-semana e a coser as meias. Há coisas que não mudam.



Inté*